9 de fevereiro de 2010

Essence

Existem dias que não conseguimos explicar o que sentimos, por vezes uma mágoa sem fim, sem sequer chegamos a algum significado, a razão de a sentir.
É então que recebemos aquilo ao que chama-mos calor humano, aquela chama da vela que chega a alcançar o calor do sol, que nos faz sentir confortáveis. Todos nós necessitamos desta chama, todos somos dependentes dela.

É por isso que , quando a água salgada corre pelo meu rosto e uma tristeza imensa me invade, eu consigo extingui –la com um abraço, com uma palavra terna , com um “ tudo isto vai passar!” . É nesse instante que agarro essa luz, esse calor, sem o querer largar, pois dá me de tal forma um conforto indescritível, único e especial.
Mas são tantas as vezes que nos esquecemos de agradecer esse conforto, fazemo-nos de esquecidos, e por vezes somos de tal forma ingratos, sem saber reconhecer o valor e a importância do simples abraço que nos fez sentir tão especiais. É por isso que nunca vou esquecer quem agarrou as minhas lágrimas prometendo que seriam as últimas, no entanto elas voltariam a cair eles estariam sempre lá a agarra-las para que não as perdessem de vista , para não esquecer que os maus momentos se tornariam em brincadeiras de criança com o passar do tempo, tornando-nos mais fortes. Para não esquecer que a sua presença significava nada mais nada menos, do que sentir a própria palavra amizade a apoderar se de nós, para nos lembrarmo-nos de quando nos rimos de situações tão embaraçosas, que deveriam fazer-nos chorar no entanto, elas estavam lá e tudo se tornou simples e claro.
A sua razão de existir relacionada com a vontade de eu querer agarrar a chama interliga-se de uma forma incondicional, e torna a tão fantástica e especial . É algo que não nos esquecemos, apenas cresce com o tempo, mas para isso é preciso vontade de querer não esquecer, mas se a vontade for contraditória nada que eu possa fazer, irá mudar, ou mudará? Por esta questão me vou revoltando com o meu próprio pensamento, não, não tenho perguntas existenciais, porque respostas para essas perguntas parecem tão banais, quando questiona mos “Até onde irias por mim? ” poderá resultar em reticencias e dúvida, no entanto, esse não é o meu caso eu sei com quem posso contar, quem eu posso dizer “vem ter comigo” , quem são as pessoas que me seguram a mão quando tenho medo de saltar a montanha mais alta, que ouvem as minhas lamúrias de algo sem qualquer sentido , de me fazer rir quando só me aptecia chorar , que me fazem acreditar na vida e fazem com que a viva com tanta intensidade.
É com orgulho que digo que a
palavra amizade corre me nas veias e
preenche todo o meu ser.